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Unidos contra o pedágio

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O processo de implantação das concessões de pedágio no Paraná, que ocorreu em 1997, é sinônimo de perda de competitividade e economia enfraquecida. A unificação logística e falta de alternativas mais econômicas estão causando um gargalo aos produtores rurais, às cooperativas e às agroindústrias que têm excelentes condições de crescimento.

Assim como a maioria esmagadora dos usuários, lideranças regionais torcem o nariz para alto custo do pedágio. Além de não compactuarem com essa renovação, elas reivindicam prestação de contas, licitações claras e audiências públicas.

Mário Costenaro - Foto Adenésio Zanella

“Pelas condições atuais, o histórico aqui na região e no estado conduz a um novo modelo das concessões, com taxas de retorno diferentes, com maiores investimentos no início dos contratos, com menores tarifas. Vimos, através de outras experiências, que isso é possível e necessário. Para isso é preciso que a região se fortaleça através da união de suas instituições, de suas lideranças, da participação da sociedade no debate e na cobrança. Para o estabelecimento do diálogo entre as partes é necessário conhecimento de todo o processo e dos dados relativos a faturamentos e custos dos investimentos. As campanhas de sensibilização servem para que a população possa não só externar a indignação frente a algumas situações como também a motivação para que a sociedade entenda o seu poder de transformação.”
Mario Costenaro, presidente do Programa Oeste em Desenvolvimento.

Ricardo Silvio Chapla - Foto: Copagril

“Sou contrário à renegociação por vários motivos. O pedágio no Paraná e, sobretudo, na nossa região é um absurdo. Os custos tiram a nossa competitividade e, pelo valor que se cobra, poucos investimentos foram feitos. Com tudo que pagamos de pedágio até hoje daria para triplicar as pistas de Foz do Iguaçu a Paranaguá. Renovar o contrato, só se fosse para cobrar um terço do que é cobrado hoje, e mesmo assim ainda seria muito caro.”
Ricardo Sílvio Chapla, diretor-presidente da Copagril.

Irineo da Costa Rodrigues


“O pedágio é um sócio indesejado, pois, além da maior parte das estradas não ser duplicada, o que seria a contrapartida, a tarifa é muito alta em relação à das outras concessões no país. Estudos mostram que o impacto no custo do calcário transportado da região de Curitiba até Medianeira é de 30%, onerando muito a produção primária, que tem lucratividade em torno de 5% ao ano. No primeiro semestre de 2015, por exemplo, somando as operações – granel contêiner e fertilizantes – a Lar pagou R$ 3,6 milhões em pedágio. E quem é mais prejudicado é o agricultor, que receberá menos pela produção, pois o custo não pode ser repassado ao mercado. Por isso, em hipótese alguma, os atuais contratos devem ser prorrogados. Temos de suportar seus altos custos até o final, mas exigindo o cumprimento das contrapartidas das empresas. Depois disso temos de fazer novas concessões, com custos menores e serviços melhores para os usuários.”
Irineu da Costa Rodrigues, diretor-presidente da Cooperativa Lar.

Frimesa - Vanzella

“O pedágio é muito oneroso devido às poucas obras realizadas em todo o estado, por isso a Frimesa está de acordo com os princípios apresentados e defendidos pela Organização das Cooperativas do Paraná. Seguimos com o posicionamento das cooperativas, defendido pela Ocepar, contrário à renovação dos contratos, visto que as altas tarifas cobradas nas praças de pedágio comprometem a competitividade do agronegócio e do cooperativismo como um todo. Outro fator a ser analisado é que muitas das obras apresentadas inicialmente nos contratos ou foram postergadas ou foram retiradas dos contratos atuais, sendo que os valores pagos continuam sendo reajustados anualmente. Todas as entidades de cunho popular, as classes políticas e a população devem se mobilizar para reivindicar mudanças com vistas ao equilíbrio entre as concessionárias e os usuários.”
Valter Vanzella, diretor-presidente da Frimesa.

Leoveraldo Oliveira - CACIOPAR


“O Oeste definiu, em consenso entre suas principais forças organizadas, que é contra o atual modelo de concessão e que rejeita aditivos para manter por mais tempo as concessionárias que venceram as primeiras licitações. A região defende mudanças, modernização, mais obras e preços menores. Somente com alterações profundas será possível tornar a produção do Oeste e do Paraná mais competitiva. E esse processo deve ocorrer com amplo diálogo, por meio de audiências democraticamente convocadas pelo próprio governo estadual. Para contar com rodovias melhores, com mais capacidade de fluxo e permanentemente conservadas, é fundamental rever o atual modelo de concessão de rodovias no estado. O Programa Oeste em Desenvolvimento, em anuência com as principais forças organizadas da região e a Caciopar, defende nova licitação para se chegar a contratos mais atentos à realidade, com preços menores e mais obras.
Leoveraldo Oliveira, presidente da Caciopar (Coordenadoria das Associações Comerciais e Empresariais do Oeste do Paraná).

 

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