Edição #5

Opinião | Uma reflexão sobre liderança

Elizangela de Paula Kuhn (Foto: Kiko Sierich)

Elizangela de Paula Kuhn (Foto: Kiko Sierich)

Liderança é hoje um dos temas mais debatidos no meio empresarial, político e social, e isso é bom, mas, antes de nos debruçarmos em manuais do certo e errado em liderança, é preciso refletir sobre o que é ser líder e o seu verdadeiro papel no mundo atual.

Você é um líder? Lidera uma equipe em uma organização, um grupo de amigos, lidera na escola, na igreja, na sua casa? Exerce a liderança de alguma forma? Todos nós, em algum momento, somos líderes, exercemos esse papel. E agora reflita e, com sinceridade, responda: você gostaria de ser liderado por você? Por quê?

O líder consciente de seu papel fica inquieto com esse questionamento, afinal liderar nos tempos atuais não é tarefa das mais fáceis, pois o mundo é complexo e as pessoas são diferentes. Um líder precisa pensar maior, resolver problemas de forma diferente, ver “fora da caixa”, crescer com o coração e não somente com a cabeça, e especialmente um líder precisa desenvolver propósitos e desafiar as pessoas a ser cada vez melhores.

Desenvolver e compartilhar propósitos é criar uma visão clara com sua equipe de aonde se pretende ir, de quais são os motivos e valores que movem as ações, para que e por quê. Ouvi da amável Dr.ª Ruth Zaplin, na American University, um exemplo sobre visão clara e desenvolvimento de propósitos que jamais esqueci: “Se deseja construir um barco, precisa despertar em quem constrói com você não a visão de fazer o melhor e mais belo barco, mas o desejo de desbravar o mar”. O bom líder entende que seu papel é inspirar.

O líder precisa desenvolver liderança em cada fase da organização. Quando alguém melhora, sua equipe melhora, sua organização melhora, sua cidade, estado, país e o mundo melhoram. Um grande líder pode fazer com que as pessoas deem sua energia, e isso é muito mais do que fazer o que está sendo mandado.

Vários doutrinadores já avalizam que as habilidades necessárias a um bom líder podem ser treinadas e aprendidas, desmitificando a tese de que para ser líder é preciso ter dom, talento ou genética, assim como desenvolver a inteligência emocional e a social. Isso implica ter autoconsciência, consciência social e em gestão de relacionamentos. A primeira grande regra é ser o modelo do comportamento que você procura nos outros, além disso ser comprometido, despertar o debate sobre ideias e procurar os conflitos saudáveis, o que implica provocar que as pessoas enxerguem as situações diferentemente da posição de que sempre olham.

Um líder deve compartilhar seus valores, ser autêntico, positivo, confiável e ouvir sempre, mas ouvir atentamente, preocupando-se com o que as pessoas realmente sentem e pensam. E, sempre, um líder deve acreditar que atingir o propósito é possível. E agora, ficou mais fácil responder se gostaria de ser liderado por você?

Elizangela de Paula Kuhn, contadora, advogada, especialista em Recursos Humanos, Direito e Proc. do Trabalho e em Dinâmica dos Grupos pela SBDG, vice-presidente de desenvolvimento profissional do CRCPR, ex-presidente da ACIFI.

COMPARTILHAR: