Edição #11

Conselhos priorizam desenvolvimento da fronteira

Para o presidente do Codefoz, Roni Temp, a região está dando um grande passo para unir as agendas dos três países.

Para o presidente do Codefoz, Roni Temp, a região está dando um grande passo para unir as agendas dos três países.

Foz do Iguaçu, Ciudad del Este e Puerto Iguazú começam a colher os primeiros resultados da caminhada conjunta para ampliar a integração da região trinacional. Após intenso intercâmbio de experiências e realidades, as três cidades hoje possuem conselhos de desenvolvimento econômico e social que já atuam de maneira cooperada para realizar ações em prol da fronteira.

Primogênito, o Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social de Foz do Iguaçu foi oficializado em 2012, inspirado no modelo do Codem (Conselho de Desenvolvimento Econômico de Maringá). A consolidação do Codefoz inspirou os hermanos a criarem o Codespi (Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social de Puerto Iguazú) e o Codeleste (Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social de Ciudad del Este). Ambos foram oficializados por leis municipais em dezembro de 2015.

A concretização desse sonho internacional é resultado do Fronteiras Cooperativas – Programa de Desenvolvimento Econômico Fronteiriço Integrado”, conduzido pelo Sebrae-PR (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas), com forte apoio do Codefoz. Sua proposta é transformar os desafios de fronteira em oportunidades de expansão produtiva das micros e pequenas empresas.

Os colegiados caminham juntos para promover o desenvolvimento sustentável local, alinhando e integrando, democraticamente, os interesses da sociedade. Também possuem formatos parecidos: são formados por instituições da iniciativa privada e do poder público cujos representantes atuam em plenárias ampliadas e em câmaras técnicas setoriais.

Mercosul – O diálogo permanente entre brasileiros, paraguaios e argentinos por meio dos conselhos já inspirou voos ainda mais altos. O objetivo agora é requisitar cadeira no Mercosul (Mercado Comum do Sul). A reivindicação foi apresentada na reunião do bloco realizada em 19 de maio, em Montevidéu, no Uruguai. A ideia é ocupar cadeira no Subgrupo de Trabalho 18, que aborda a integração fronteiriça.

Criado em dezembro do ano passado, em Assunção, o SGT 18 trata de questões relativas à saúde, educação, trabalho, migração, transporte, infraestrutura, desenvolvimento urbano, desenvolvimento econômico, povos indígenas, cooperação, integração produtiva e outras destinadas a impulsionar a integração entre comunidades de fronteira.

Sebrae

Augusto Cesar Stein, consultor do Sebrae-PR

Augusto Cesar Stein, consultor do Sebrae-PR

O consultor do Sebrae em Foz Augusto Cesar Stein destaca que a formação dos conselhos na Argentina e no Paraguai foi a ação prioritária do Fronteiras Cooperativas por entender que as relações entre os três países serão mais sólidas e permanentes. “Os três conselhos de desenvolvimento são uma base importante para o diálogo produtivo das nossas três cidades”, revela.

Para o presidente do Codefoz, Roni Temp, a região está dando um grande passo para unir as agendas dos três países. “Com os conselhos, podemos trabalhar com as políticas de estado, de longo prazo, da região trinacional. Isso já acontecia e acontece, por exemplo, através das Câmaras Técnicas de Segurança Pública e de Meio Ambiente”, afirma.

Já os presidentes do Codeleste, Natalia Alejandra Ramirez Chan, e do Codespi, Jorge Floretin, agradeceram o apoio do Sebrae e do Codefoz para a construção dos conselhos. “Os brasileiros tiveram visão e nos apoiaram na criação dos conselhos. Agora temos os colegiados unidos e trabalhando juntos em torno dos mesmos objetivos pela região”, diz Natalia.


Fronteiras Cooperativas une os três países
fronteiras-cooperativas

O Sebrae iniciou as atividades do Fronteiras Cooperativas na região em junho de 2014, tendo como objetivo desenvolver as ações por dois anos. Participam dele instituições públicas e privadas, sindicatos e associações de classes representativas de abrangência municipal e regional, com atuação no desenvolvimento local das três cidades.

Sua governança é composta por representantes de entidades dos três conselhos, que atuam de maneira conjunta a fim de articular e mobilizar a sociedade por meio de debates e de ações para desenvolver a região de fronteira. Tem o objetivo de estabelecer estratégias de desenvolvimento para a região trinacional, utilizando informações qualificadas para a tomada de decisões.

O consultor Augusto Cesar Stein ressalta ainda a realização de várias capacitações, entre elas gerenciamento de projetos e captação de recursos, e o desenvolvimento do 5 Menos que São Mais (redução de desperdícios em micros e pequenas empresas). “O Fronteiras Cooperativas lançou novas sementes. Hoje é um movimento de fronteira, tanto que o programa já se organiza dentro de uma câmara técnica no Codefoz, o mesmo devendo acontecer no Codespi e Codeleste”, informa.

Outro resultado do Fronteiras Cooperativas é o Observatório de Turismo Trinacional, que será lançado no Festival de Turismo das Cataratas em junho. O programa também tem apoiado o embrião do Sendero Joven, versão paraguaia e argentina do Trilha Jovem, projeto desenvolvido pelo POLOIGUASSU que forma e encaminha jovens ao mercado de trabalho na Região Trinacional.

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