Edição #6

Foz diversifica mercado de imóveis

Mercado imobiliário Foz
Está difícil acompanhar o ritmo do surgimento de novos imóveis, seja na região central ou no entorno das grandes vias. Estamos sempre correndo de um lado para outro da cidade. Quando se vê nos deparamos frente a um novo edifício, empreendimento, hotel, loja ou condomínio horizontal. Casa, então, é de perder a conta. A expansão da construção civil está dando uma nova cara para a cidade.

O aquecimento do setor é reflexo dos avanços e investimentos do meio empresarial e do poder público em Foz do Iguaçu nos últimos dez anos. A análise é de especialistas ouvidos pela Revista ACIFI. Eles avaliam que a cidade tem potencializado os atrativos turísticos ao mesmo tempo em que fortalece a logística, o polo educacional, a prestação de serviços. Esse conjunto de fatores desenvolve a economia e cria nichos no mercado imobiliário.

De fato, a expansão impressiona. Levantamento extraoficial indica a existência de 25 edifícios com 15 ou mais andares e 24 prédios com menos de 15 andares com obras em andamento, além de 15 edifícios residenciais e 16 comerciais em fase de projeto. O cenário ganha mais vigor com as recentes inaugurações e construções na rede hoteleira. São 12 novos hotéis, sem contar as ampliações e reformas dos já existentes. Para completar tem as obras públicas federais, estaduais e municipais.

Pereira: grandes nomes investindo na cidade

Pereira: grandes nomes investindo na cidade

Para o vice-presidente do Secovi Paraná – Regional Cataratas, Jilson José Pereira, o ranking divulgado pelo portal EXAME.com retrata esse atual momento do município. “Todos os projetos e projeções estão se confirmando. Tudo isso torna a cidade ainda mais atrativa”, avalia o representante do Sindicato da Habitação e Condomínios. “Temos grandes nomes investindo na cidade. Isso cria um ciclo positivo de confiança no potencial”, completa.

Segundo Pereira, esse cenário potencializou a expansão local do mercado de imóveis, que também seguiu o boom imobiliário nacional de 2010 motivado pela facilidade de crédito e financiamento a taxas atraentes, com milhares de pessoas realizando o sonho da casa própria. O programa “Minha Casa, Minha Vida”, do governo federal, tem papel fundamental para esse fenômeno. Em Foz do Iguaçu não foi diferente. Houve inclusive uma alta descomunal dos preços, sobretudo de imóveis usados.

Projeção – Para a coordenadora do Núcleo de Imobiliárias da ACIFI, Vilma Raquel Ultchak, as capitais e os grandes centros estão saturando-se. A tendência das construtoras e investidores é olhar para mercados promissores, como Foz do Iguaçu. Ela conta que em 2014 atendeu muitos clientes que compraram grandes áreas onde serão construídos empreendimentos a partir deste ano. “Surgirão novos loteamentos, condomínios e prédios. O progresso é latente”, pondera a diretora da Sol Imóveis.

Com experiência no setor, a empresária Maria Goreti Azevedo também opera com grandes empreendimentos. Ela negociou o terreno para o Catuaí na Avenida José Maria de Brito e para o Palladium na Rodovia das Cataratas. “Os grupos se uniram para criar o Catuaí Palladium e ainda têm outro terreno para construir outro shopping na cidade”, diz a empresária, que negociou a área para o Rio Hotel by Bourbon, na Avenida Costa e Silva (em frente ao Cataratas JL Shopping).

Diante desses gigantes, ela saca uma máxima: quando grandes empresas investem numa região, é sempre baseado em pesquisas. “Recebo investidores toda semana, pessoas que acreditam na cidade. Muita gente inclusive com negócios no Paraguai”, afirma a proprietária da MGA Imóveis. Goreti cita ainda a comunidade universitária com 20 mil estudantes, professores e técnicos que busca apartamentos e casas, além de movimentar outros setores da economia. “Somos uma metrópole sem ser uma metrópole.”

Crescimento, sim, mas equilibrado

Antes a valorização dos imóveis girava na casa de 30% ao ano. Em 2014, a oferta e a procura registraram um equilíbrio, normalizando a formação de preços. O recuo é atribuído, de certa forma, ao receio com as eleições e às atenções voltadas para a Copa do Mundo. No início deste ano, o setor começou tímido, porém já nota-se um aquecimento. Os valores dos imóveis agora estão dentro de uma faixa interessante para clientes e mercado.

Segundo o dirigente do Secovi Paraná – Regional Cataratas, Jilson José Pereira, o cenário pode ser resumido assim: o volume de negócios deve continuar equilibrado (em relação à quantidade de transações e circulação de dinheiro envolvendo compras, vendas, aluguéis). No entanto o aumento no valor dos imóveis, como um todo, deve alcançar de 4% a 6%, dentro do IGM-P (Índice Geral de Preços do Mercado).

É o que está acontecendo, ou seja, os preços recuaram um pouco no ano passado, mas não devem baixar mais. Isso porque, pondera Pereira, a realidade do município hoje é melhor, o que tende a valorizar os imóveis numa curva sempre crescente. “Antes você construía uma casa com R$ 135 mil; hoje é impossível construir com esse montante”, afirma.

Vilma Ultchak, coordenadora do Núcleo de Imobilárias

Vilma Ultchak, coordenadora do Núcleo de Imobilárias

Para a coordenadora do Núcleo de Imobiliárias da ACIFI, Vilma Raquel Ultchak, a valorização dos imóveis deve alcançar de 8% a 10% (com variação entre novos e usados). Na avaliação dela, diminui a velocidade do aumento dos preços, mas os títulos continuam valorizando. “Foz do Iguaçu tem muito campo, porque o imóvel aqui ainda é barato se comparado a outras cidades. O que preocupa é a alta de juros, o que deve diminuir os financiamentos, que representam 90% das vendas.”

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