Edição #13

Trade recebe bem anúncio da privatização do aeroporto de Foz do Iguaçu

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Terminal deverá ser entregue à iniciativa privada no segundo semestre de 2017 – Foto: Kiko Sierich

 

O anúncio feito pelo governo federal, de entregar à iniciativa privada a concessão do Aeroporto Internacional Cataratas, foi bem recebido pelo trade turístico de Foz do Iguaçu. Além da agilização nos serviços oferecidos pelo terminal, com redução de custos, a expectativa é que a empresa vencedora da concessão viabilize o projeto que poderá tornar o aeroporto um hub regional, recebendo voos dos Estados Unidos, da Europa e até da Ásia.

“A concessão é uma alternativa que sempre defendemos, desde que iniciamos os trabalhos de revisão do Plano Diretor do aeroporto até os projetos de engenharia para desenvolvimento do novo sistema de pistas. Se o setor público não tem os recursos necessários, o bom senso recomenda que nos seja permitido conceder a exploração para a iniciativa privada”, afirma o superintendente de Comunicação Social de Itaipu e vice-presidente do Fundo Iguaçu, Gilmar Piolla.

O presidente do Fundo Iguaçu, Carlos Silva, diz que Foz do Iguaçu precisa de um terminal aéreo à altura de seus atrativos, bem como de sua hotelaria e gastronomia. Ele acredita que a privatização vai tornar “mais fácil e viável” o aproveitamento dos projetos de ampliação do aeroporto. Desenvolvidos pelo Fundo Iguaçu, os projetos poderão viabilizar a transformação do aeroporto em hub regional, lembra. E Piolla completa: “Será uma porta de entrada e saída do Brasil pela Costa Oeste”.

Ênio Eidt, secretário-geral do Fundo Iguaçu, acha que haverá interesse de empresas privadas em operar o aeroporto. E considera que a concessionária fará o terminal “funcionar muito melhor, já que vai atuar em cima de metas e custos operacionais”. Ele avalia que os custos, para o setor privado, deverão cair entre 30% e 40%. Para o usuário, aponta outra vantagem: os funcionários passarão por treinamento constante, o que não acontece no setor público, devido à burocracia.

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A intenção do governo é melhorar a situação da Infraero, que passaria a operar apenas aeroportos de médio porte – Foto: Kiko Sierich

Lista

O Aeroporto Internacional Cataratas está na lista dos dez terminais aéreos que serão privatizados pelo governo federal no segundo semestre de 2017. A relação inclui ainda os aeroportos de Curitiba, Recife, Belém, Vitória, Goiânia, Cuiabá, Maceió e São Luís. Antes deles, serão leiloados os aeroportos de Fortaleza, Salvador, Porto Alegre e Florianópolis.

A intenção do governo é melhorar a situação da Infraero, que passaria a operar apenas aeroportos de médio porte. Os maiores serão concedidos à iniciativa privada, e os pequenos seriam repassados às prefeituras, que também fariam concessões ao setor privado. O aeroporto de Foz está entre os que representam um pequeno déficit para a administração da Infraero, o que também acontece com os aeroportos de Joinville e Recife, por exemplo.

Nova pista
Com a concessão à iniciativa privada, Piolla e Silva acreditam que poderão ser viabilizados os recursos para a implantação do novo Plano Diretor do Aeroporto Internacional de Foz do Iguaçu, que já obteve aval da própria Infraero, do Segundo Centro Integrado de Defesa Aérea e Controle de Tráfego (Cindacta II) e da Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC). Desenvolvido pelo Fundo Iguaçu, o plano prevê para o aeroporto três horizontes de expansão (2019, 2029 e 2030).

Na primeira etapa, o terminal receberia uma nova pista de pouso e decolagem de três mil metros de extensão e 45 metros de largura (futuramente, será ampliada para 60 metros), paralela à atual, que será utilizada como taxiway. Os projetos da nova pista estão sendo finalizados por uma empresa contratada pelo Fundo Iguaçu. Ainda nesta primeira etapa, o aeroporto seria ampliado para atender até cinco milhões de passageiros/ano, com a instalação de pontes de embarque e desembarque móveis (fingers) e um novo acesso viário.

Na segunda fase do plano, entre 2020 e 2029, o aeroporto receberá entre sete e dez milhões de passageiros; e na terceira fase, para além de 2039, chamada de “esgotamento do sítio aeroportuário”, receberá 19 milhões de passageiros, quando necessitará de um alargamento da pista, de 45 para 60 metros. O Plano Diretor inclui anteprojetos para cada uma dessas fases.

O Plano Diretor aprovado é composto de sete capítulos, acrescidos do relatório final, do relatório-síntese e do anteprojeto do terminal de passageiros. Os capítulos incluem inventário da situação atual, projeção de demanda futura, estudo de alternativas viáveis, desenvolvimento e planejamento a partir da alternativa selecionada.

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