Edição #13

Menos impostos e mais empregos

Guido Bresolin Jr

Guido Bresolin Jr

O Governo do Estado enviou outro pacote de ajuste fiscal à Assembleia Legislativa e, mais uma vez, uma das saídas propostas para a recomposição do caixa é a criação de novos tributos. O problema é que o setor produtivo está estrangulado. Hoje, para o desempenho de qualquer atividade empresarial – seja na área de educação, de saúde, de produção de bens de consumo ou de serviços –, o primeiro custo a ser pago são os tributos. O estado é o principal sócio do empresário.

Poucas cadeias produtivas do Paraná estão conseguindo manter-se sustentáveis. Empreendedores tiram da própria carne para continuar de portas abertas. Como presidente do conselho de administração de uma cooperativa de crédito, atualmente temos feito mais renegociações para empresários, pequenos e grandes, que estão tendo dificuldades para permanecer trabalhando. São obrigados a fazer cortes, o que fortalece os índices de desemprego no país.

O Brasil chegou ao absurdo sétimo lugar na lista dos países com os maiores índices de desempregados, com 11,6% da população sem trabalho. O que significa menos renda, menos riqueza para ser distribuída. Como, então, podemos pagar mais impostos?

O processo orçamentário do estado possui leis que aumentam as despesas ano a ano. No momento de o governo calcular gastos, percebe que a sua conta também não fecha. Não há dinheiro para todos os poderes, que brigam pelos recursos, e nós, cidadãos, nos vemos obrigados a trabalhar cada vez mais para colocar mais dinheiro a serviço do poder público.

É um ciclo que vem repetindo-se. O Paraná precisa rever suas posições e acabar com esse modelo. O recurso existente pode ser suficiente, se administrado de forma sensata.

Na busca por desenvolvimento econômico, além de quebrar esse ciclo – em que se aumentam impostos para recompor caixa – e de reduzir gastos, o Executivo precisa criar políticas para o crescimento e ouvir a voz da população. O pacote de medidas do governo estadual gerou insatisfação, e a sociedade civil, mobilizada, manifestou-se em audiências públicas realizadas por deputados estaduais na Assembleia Legislativa.

O impasse, agravado pela falta de diálogo, fez com que o governador Beto Richa recebesse lideranças do setor produtivo e sentasse à mesa para conversar. Ele prometeu abrandar alguns pontos do projeto que trariam novos custos aos empresários. Ainda há descontentamento com o pacote, e o setor produtivo continuará exercendo pressão sobre a Assembleia Legislativa para que não aprove os pontos do texto que não atendem aos interesses dos empresários e dos paranaenses. O Paraná precisa de menos tributos e mais empregos.

Guido Bresolin Junior, presidente da Federação das Associações Comerciais e Empresariais do Estado do Paraná (Faciap)

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