Edição #1

Made in Foz

A indústria têxtil e de confecções iguaçuense caminha em direção a um novo momento, em que os empresários trabalham de maneira conjunta para alavancar o setor

Consolidar Foz do Iguaçu como polo competitivo na indústria têxtil é o grande desafio do Núcleo das Indústrias de Confecções. Um grupo de empresas descobriu no Programa Empreender, desenvolvido pela ACIFI, o parceiro ideal para que todas possam crescer juntas. Em atividade há menos de um ano, o núcleo surgiu da união de empresários do setor com o objetivo de tornar seus negócios mais promissores.

Na verdade, esse era o propósito inicial, porque logo que começaram os encontros e as trocas de informações eles perceberam que teriam muito mais a ganhar com a atuação conjunta. Uma das prioridades deles no momento é a criação do Polo Têxtil. Esse projeto visa a dar estabilidade para o segmento industrial, da mesma forma como é explorado atualmente nas cidades de Cianorte, Apucarana e Maringá, por exemplo.

Para isso, eles contam com o apoio da ACIFI e do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social de Foz do Iguaçu (Codefoz) e dispõem de recursos municipais para crescer, isso porque estão inseridos no Plano Plurianual (PPA) do município com montante de R$ 720 mil, até 2017, para alavancar o setor. Para a utilização da verba é necessária a elaboração de um projeto específico ao desenvolvimento do segmento. Se for aprovado pela plenária do conselho, o projeto será remetido ao Poder Executivo; e, se for acatado, os recursos ficam disponíveis.

Um diagnóstico feito pelo Programa Empreender – com base em informações fornecidas pelas empresas participantes – mostra os processos de gestão das indústrias, o perfil organizacional do grupo, a administração comercial e financeira. A partir dessa ação, será elaborado um estudo socioeconômico para indicar caminhos para que a indústria têxtil e de confecções iguaçuense aproveite o potencial turístico existente.

De acordo com o empresário David Carvalho, traçar estratégias para atrair os 4,5 milhões de turistas que vêm a Foz do Iguaçu todos os anos pode contribuir para o crescimento do setor. “Hoje ninguém vem a Foz pensando em comprar roupas, mas queremos nos estruturar a ponto de criar essa identidade e uma rota obrigatória para que os turistas conheçam o que é produzido em Foz e levem nossos produtos”, argumenta. Ele acrescenta que “a união das empresas do setor, por meio do Programa Empreender da ACIFI, dá muito mais força às iniciativas e às metas que estamos propondo a atingir”.

Perfil do setor
A pluralidade da cadeia fashion vai de uniformes escolares, corporativos e roupas sob medida à moda evangélica. Também há confecções em malha, fardamentos, modas pet, íntima e praia, camisolas, cortinas, colchas, confecções esportivas e enxovais para bebê. Considerando as 12 empresas integrantes do núcleo, trata-se de um negócio que emprega em torno de 160 trabalhadores. O diagnóstico indica que 15% delas têm até um ano de existência; 23% têm entre dois e cinco anos de mercado; e 46% têm acima de cinco anos de atividade.

A conclusão do relatório é que a indústria iguaçuense possui um grande potencial e pode, com a atuação conjunta, superar problemas como a baixa produtividade, a falta de planejamento e de controles gerenciais, e aumentar o poder de negociação nas compras de matéria-prima e na qualificação dos trabalhadores.

 

IMG_00941Moda bebê de Terra Roxa  é exemplo de sucesso
Uma empresa com mais de 4.500 clientes por todo o Brasil começou com uma única máquina de costura e a iniciativa e coragem de Eugênio e Celma Rossato. A convite do Núcleo de Confecções, o casal esteve em Foz para falar do Arranjo Produtivo Local (APL), que transformou a cidade de Terra Roxa em referência na moda bebê no Paraná e numa das principais do país.

Aos 17 anos, grávida do primeiro filho, Celma bordou o enxoval do bebê na máquina de costura que tinha em casa. Ao ver que possuía talento, começou a vender de porta em porta, deixando amostras e reunindo gestantes da pequena cidade. Os clientes foram multiplicando-se, e assim nasceu a Paraíso Moda Bebê, uma das principais confecções do setor. Mais de duas décadas depois, a empresa conta com cerca de mil funcionários diretos e indiretos.

O negócio da moda bebê se espalhou pela cidade, e hoje o município ostenta o título de capital do segmento com peças em tamanhos para recém-nascidos e crianças até 3 anos. Quanto ao vertiginoso crescimento, o empresário atribui o sucesso à união dos empresários. “Somos todos parceiros, mas para a cidade crescer e se desenvolver ainda mais, estamos buscando mais incentivos para a qualificação da mão de obra e também na própria infraestrutura de Terra Roxa”, afirmou Eugênio.

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