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O momento é de reformas

Guido Bresolin Jr

Guido Bresolin Junior

No Fórum de Gestão Pública – Ajustes ou Calamidades, organizado pela Federação das Associações Comerciais e Empresariais do Paraná (Faciap), os governadores do Paraná, Beto Richa, de Santa Catarina, Raimundo Colombo, e do Rio Grande do Sul, José Ivo Sartori, mostraram-se conscientes de que os estados precisam ajustar as contas. O pensamento dos gestores caminha para o entendimento de que o momento é de reformas, não somente no modo de administrar os gastos, mas no de se fazer política.

Sartori abriu o debate lembrando que quem se elegeu nos municípios brasileiros terá, a partir do ano que vem, muitas dificuldades para administrar. São necessárias medidas duras para retomar o crescimento econômico, mas também reformas para que a política não seja inimiga da economia. O desafio não é exclusivo do governo federal. Os estados também precisam reorganizar-se.

É a hora de o Estado reformular-se e buscar concepções de empreendedorismo para aplicar no universo público.

O governador Raimundo Colombo, que conseguiu reduzir os gastos com folha de pagamento em Santa Catarina, complementou a discussão dizendo que o crescimento do país exige mais do que a reformulação dos cálculos. Depende também do combate à corrupção.

Colombo chamou de tumor exposto todos os casos investigados pela Operação Lava Jato, consequências de um modelo político que virou negócio no Brasil. Somente reformas poderão tornar os processos mais éticos e conter o poder de influência dos diferentes grupos de interesse sobre as decisões públicas. O governante finalizou afirmando que ou o político é voz para quem não tem voz, ou ele deixa o cargo.

Beto Richa relatou a batalha do governo paranaense para reduzir a despesa com pessoal, que representa boa parte dos custos no estado. O Paraná, segundo ele, já está no limite prudencial, a dívida pública se tornou impagável e, enquanto as despesas aumentam a cada ano, as receitas vão no sentido contrário.

Apesar disso, garantiu que as políticas públicas e programas para atrair investimentos têm dado resultados e que o Paraná vive o maior ciclo industrial de toda a história – avanços conquistados a partir de medidas impopulares, e a falta de coragem para tomá-las é o que tem matado o Brasil, disse ele.

É a hora de o Estado reformular-se e buscar concepções de empreendedorismo para aplicar no universo público. O país se encontra em um momento de necessidade de retomada do crescimento, o que exige expansão da mentalidade dos governantes e mudança de rota dos gastos públicos. É preciso estabelecer-se uma nova ordem, regida por leis, para que seja possível estimular o avanço da economia e disponibilizar os serviços básicos do Estado aos cidadãos com eficiência.

Acredito que a participação dos governadores da Região Sul no Fórum Gestão Pública Faciap foi uma demonstração do compromisso desses gestores com o progresso do país. O setor produtivo irá acompanhar.

Guido Bresolin Junior é empresário e presidente da Faciap (Federação das Associações Comerciais e Empresariais do Estado do Paraná).

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