Edição #9 Notícias

Como área de interesse turístico, Foz do Iguaçu poderá “deslanchar”

Decisão do Mercosul para a Tríplice Fronteira foi “passo político importante” para incentivar leis especiais nos três países

Decisão do Mercosul para a Tríplice Fronteira foi “passo político importante” para incentivar leis especiais nos três países

A decisão que declara a região da tríplice fronteira entre Brasil, Paraguai e Argentina como Zona de Interesse Turístico do Mercosul é um passo político importante para que os governos desses três países criem “mecanismos estratégicos para desenvolver a indústria do turismo em Foz do Iguaçu, Puerto Iguazú e Ciudad del Este”, afirma o superintendente de Comunicação da Itaipu e presidente do Fundo Iguaçu, Gilmar Piolla. O documento, assinado por representantes dos países do bloco econômico, durante a 16ª Reunião dos Ministros de Turismo do Mercosul, no dia 15 de outubro, em Assunção, “será balizador de ações futuras que ainda precisam ser definidas e implementadas”, diz Piolla.

A pedido do próprio ministro do Turismo, Henrique Alves, Piolla é um dos principais responsáveis pelos estudos de reformulação da Lei 6.513, de 1977, e do Decreto 86.176, de 1981, que criam áreas especiais de interesse turístico, mas que na prática nunca saíram do papel. O ministro defende que Foz do Iguaçu seja a primeira cidade brasileira beneficiada pela nova legislação, que tornará a cidade mais atraente para investimentos privados, ao estabelecer vantagens fiscais, tributárias, trabalhistas e previdenciárias, entre outras.

Passo a passo

“Estamos colaborando ativamente na reformulação dessa lei. Os trabalhos envolvem a Secretaria Municipal de Turismo, o Codefoz, o Fundo Iguaçu, o IDESF (Instituto de Desenvolvimento Econômico e Social de Fronteiras), o ICVB (Iguassu Convention & Visitors Bureau), a ACIFI (Associação Comercial e Industrial de Foz do Iguaçu) e outras entidades”, diz Piolla.

Ele conta que o “pontapé inicial” foi uma minuta elaborada pelo professor Borges e por Leandro Vandré Heineck, da Secretaria Municipal de Turismo. Agora, completa, “para enriquecermos ainda mais o escopo do novo projeto de lei, envolvemos uma consultoria internacional da Arup (empresa global de engenharia e consultoria)”.

Mas ele é realista: “No setor público, sabemos que existe uma longa distância entre a intenção e a ação propriamente dita. Por isso vamos fazer a nossa parte da melhor maneira possível para que possamos ver a nossa cidade obter mais essa importante conquista”.

Sem “panaceia”

urbana2

“Bem diferente dessa panaceia de abrir duty free shops para vender produtos importados”

Piolla lembra que, quando participou da última edição do Festival de Turismo das Cataratas, em junho deste ano, o ministro Henrique Alves disse que pretendia apresentar o projeto de lei ao Congresso no prazo mais breve possível. A intenção é que a legislação torne as cidades de interesse turístico atraentes para investimentos e, no caso de Foz do Iguaçu, que amplie a cota de compras de US$ 300 para US$ 500, no comércio fronteiriço do Paraguai e da Argentina, e, ainda, possibilite a instalação no município de lojas francas exclusivas para produtos fabricados no Brasil. “Bem diferente dessa panaceia de abrir duty free shops para vender produtos importados”, diz.

“Como primeira cidade brasileira a ser beneficiada como área especial de interesse turístico, o que será um grande chamariz para atrair investidores, Foz do Iguaçu terá plenas condições de desenvolver o seu imenso potencial turístico”, afirma Piolla. “Com esse impulso, seremos a cidade das parcerias público-privadas e das operações urbanas consorciadas.”

Otimista, o superintendente de Comunicação Social da Itaipu e presidente do Fundo Iguaçu conclui: “Vamos transformar a nossa infraestrutura, com a duplicação da BR-469 e a nova pista de pouso e decolagem do aeroporto, e fazer o projeto Beira Foz deslanchar. Evoluiremos na cultura, na gastronomia e no entretenimento. E geraremos mais oportunidades de emprego e negócios para a nossa gente”.

COMPARTILHAR: