Edição #18

Convenção da Faciap debate empreendedorismo, negócios e inovações

Foz do Iguaçu sediou o Congresso Empresarial e a Convenção Anual da Faciap e o 4º Fórum CACB Mil, de 18 a 20 de outubro. Confira alguns dos destaques da programação

 

Quem quer funcionários melhores precisa ter proximidade, credibilidade e confiança

Marcio Fernandes – Foto: Wilson Ruanis

Autor do livro Felicidade dá Lucro e ganhador do prêmio Great Place to Work (GPTW), Marcio Fernandes falou sobre a necessidade de um novo modelo de gestão nas empresas, em que o lucro é fruto da felicidade das pessoas. “O funcionário que boicota a empresa faz isso porque não aguenta ficar lá dentro. E não adianta dar treinamento, isso é feito há 50 anos. A gente precisa fazer diferente”, afirmou.

Segundo ele, para conseguir engajar os funcionários, é preciso ter um propósito. Quando empresas e pessoas têm propósitos, argumenta, só é necessário encontrar a convergência entre os dois. Isso constrói a ideia de que o sonho de cada colaborador é respeitado e de que a empresa é um meio para chegar a esse objetivo.

Mas para conseguir implementar esse novo modelo de gestão, Marcio Fernandes diz que é preciso realizar mudanças dentro da empresa. “É necessário ter líderes facilitadores, e não chefes. Não pode ser uma pessoa que centraliza poder, mas que agrega. O ego normalmente atrapalha esse processo.” Mudanças que, ele garante, impactam positivamente no lucro.

ACIFI em destaque

Leandro Teixeira Costa – Foto: Wilson Ruanis

Como não poderia deixar de ser, a ACIFI marcou presença no Congresso Empresarial Paranaense da Faciap e do Fórum CACB Mil. Participaram o presidente da associação, Leandro Teixeira Costa, que discursou na abertura dos trabalhos dando boas-vindas a todos. É a força da ACIFI no associativismo do Paraná.

Também estiveram presentes membros do Conselho Superior Deliberativo da ACIFI, entre eles João Batista Oliveira, Roni Temp, Danilo Vendruscolo, além de diretores e empresários associados. Vale destacar que Costa e Oliveira são membros do Conselho de Administração da Faciap no biênio 2017-2018. Já Temp, por sua vez, integra o Conselho Superior.

Leandro Costa também representou a ACIFI no encontro de presidentes de associações comerciais do Paraná para discutir as pautas das entidades. Cerca de 90 pessoas participaram da reunião, que debateu o papel de cada entidade em pressionar os governantes em favor do setor produtivo.

Jovens empresários e o foco na ação e na reinvenção

Felipe Anghinoni – Foto: Wilson Ruanis

“Vai lá e faz”, este é o mantra da Perestroika, uma escola livre de atividades criativas de Porto Alegre. “Isso reflete nossa postura de negócios voltada para a ação, não para o planejamento”, disse o cofundador Felipe Anghinoni. Segundo ele, a empresa planeja um pouquinho, mas faz bastante.

Ainda sobre planejamento e ação, Anghinoni afirma que “uma empresa que tem 100% de estratégia e não tem ação não existe. Uma empresa que tem 100% de ação e não tem estratégia, ela existe, só precisa de um plano estratégico”.

Ideias de sucesso com foco na ação foram apresentadas, como o Dropbox e a Techshop, para dizer aos empresários que é preciso estudar como planejar, porém agir mais em prol dos negócios, saindo da zona de conforto. “Quando estou fora da minha zona de conforto, eu estou crescendo e aprendendo mais”, declarou.

Para Anghinoni, nunca foi tão fácil fazer qualquer coisa no mundo. Tocar instrumento, cozinhar, virar artista ou publicar um livro. “Tudo está fácil, desde que haja ação, desde que você vá atrás”, opinou.

O desafio do varejo é não se acomodar

Maurício Louzada – Foto: Wilson Ruanis

Mesmo que os indicadores apontem para uma retomada do crescimento econômico, o setor de varejo precisa ter cautela, já que o próximo ano será de eleições e, portanto, de indefinições que, na verdade, representam a grande inimiga da estabilidade. Foi desta maneira que Maurício Louzada falou aos empresários no evento.

De acordo com o palestrante, as eleições de 2018 podem modificar o cenário. Com isso, os empreendedores necessitam estar prontos para desafios que poderão não corresponder às tendências de agora. “Nada é mais perigoso para o amanhã do que o sucesso de ontem”, alertou.

Maurício Louzada mostrou como as mudanças de comportamento e atitudes estão chegando velozmente. Ele citou exemplos que deverão ser seguidos neste cenário de incertezas, como o da percepção de mudança de estratégia, planejamento, correção de rota.

Empresas precisam criar experiências que o digital não pode oferecer

Arthur Igreja – Foto: Wilson Ruanis

Empresário, investidor-anjo e proprietário da Disrupt Investimentos, Arthur Igreja falou sobre criar experiências que o digital não pode oferecer. “As pessoas pagam caro para ir ao Rock in Rio pela experiência que ele oferece. O digital não pode entregar o mesmo para o público”, explicou. Para ele, olhar no olho dos clientes e fazer um atendimento mais humano é o que pode criar uma experiência semelhante à do festival de música.

Arthur também falou sobre o que chama de atrito de experiência. Como exemplo, citou uma ida de qualquer pessoa a uma loja de sapatos. “Aquele momento que o vendedor vai buscá-lo no estoque ou que você pega a fila para pagar é o que chamamos de atrito de experiência, que é o que a tecnologia tem trabalhado para extinguir”, disse.

Segundo Igreja, a velocidade de transformação do mundo não é absorvida em sua plenitude por todos os empresários brasileiros. “Observamos a abertura e o desaparecimento de muitas empresas por este motivo. Ainda sinto o Brasil muito cético com relação a isso. A necessidade de estar conectado e se reinventar é algo que deve ser visto com fascínio e como oportunidade”, destacou.

A participação da mulher é uma ferramenta de desenvolvimento

Neiva Kieling – Foto: Wilson Ruanis

A desigualdade de gênero atrapalha o crescimento do país. A participação da mulher é uma ferramenta eficaz para o desenvolvimento econômico. Esse foi o assunto discutido no painel “O empreendedorismo e o papel das mulheres nos negócios”, do Conselho Nacional da Mulher Empresária (CNME) e da Faciap Mulher.

De acordo com a presidente do CNME, Neiva Kieling, o movimento das mulheres empresárias é capaz de incutir transformações profundas na sociedade. “Os impactos econômicos e sociais são notavelmente percebidos e absolutamente positivos”, disse ela.

A presidente da Faciap Mulher, Rosangela Sonda, comentou que o contexto atual precisa que as mulheres empresárias congreguem forças, unindo experiência e a sua capacidade empreendedora. “Precisamos de lideranças femininas que discutam seus problemas e apresentem propostas, mobilizando a comunidade empresarial e a sociedade organizada para a solução dos mesmos”, declarou.

O maestro que venceu adversidades e comoveu os empresários

 João Carlos Martins – Foto: Itamar Aguiar

Para um auditório acostumado a ouvir e a debater tópicos econômicos, o maestro João Carlos Martins fez a diferença na abertura do 4º Fórum CACB Mil. Aplaudido de pé, o maestro – que superou todas as dificuldades físicas decorrentes de um problema neurológico – deixou um recado eficiente: inovar é a capacidade de se reinventar.

Superação foi a palavra-chave da palestra magna que brindou os cerca de mil empreendedores presentes, com quatro músicas tocadas por ele, entre elas o arranjo comovente do hino brasileiro, o mesmo que Martins tocou na abertura da Paraolimpíada do Brasil.

Ele mostrou determinação e, especialmente, capacidade de se recriar e acreditar que era possível. Depois de cirurgias e até de agregar uma nova profissão à sua carreira de pianista, o maestro comprovou que para vencer as adversidades é preciso determinação e esperança.

Acima de tudo, ele deixou outro recado: a necessidade de ajudar os excluídos que precisam de uma simples oportunidade para transformar suas vidas. Foi o que fez com a música – a qual, como ele mesmo expressou, salvou-o e também salvou muitos outros jovens.

COMPARTILHAR: