Edição #17

Olhar para o futuro

Mario Camargo: “Intensificar esforços nas duas principais vocações econômicas da região: o turismo e a logística” – Foto: Marcos Labanca

 

Presidente do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social de Foz do Iguaçu, o empresário Mário Camargo defende projetos para fomentar a cidade.

Os fatores que incidem nas relações econômicas e comerciais em uma fronteira são complexos, determinados em grande parte pelas políticas dos governos centrais de cada país. Essas decisões nem sempre consideram as especificidades regionais, por isso cabe às instituições que atuam localmente o protagonismo na busca de soluções conjuntas para o desenvolvimento.

Ao assumir a presidência do Codefoz (Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social de Foz do Iguaçu), no final de julho, o empresário Mário Camargo vem propondo um amplo debate sobre as potencialidades das Três Fronteiras. Para ele, é necessário intensificar esforços nas duas principais vocações econômicas da região: o turismo e a logística.

Camargo adianta algumas intervenções e medidas que podem contribuir para o desenvolvimento, expandir a economia e gerar renda. São iniciativas que também ajudarão Foz do Iguaçu a desafogar o trânsito de veículos pesados nas vias centrais e turísticas, gerando mobilidade e tornando a cidade mais atraente para visitantes e moradores.

“Queremos atrair as empresas que estão investindo no Paraguai, que buscam produzir com custo menor no país vizinho e vender as mercadorias no Brasil”, explica. “O objetivo é fazer com que essas empresas também se instalem em Foz. Estamos nos mobilizando, juntamente com o prefeito Chico Brasileiro, para criar um centro de distribuição na nossa área industrial”, expõe.

Também está em discussão a regulamentação, pelos órgãos brasileiros, dos procedimentos para a compra de mercadorias de pequena monta, vindas das fábricas do Paraguai e beneficiadas pela ‘Lei de Maquila’. “O país vizinho criou uma resolução que trata desse processo. Precisamos de uma instrução normativa no Brasil para regulamentar essa modalidade de importação”, frisa o presidente do Codefoz.

Transporte hidroviário

Conforme Camargo, está em estudo o uso do potencial de transporte por navegação, a partir de um porto instalado no Rio Iguaçu, habilitado e alfandegado, porém sem uso. A intenção é criar uma via direta entre o Porto Meira (Brasil) e o Porto Franco (Paraguai), por meio de parceria com o proprietário de uma balsa que já faz transporte pelas águas da região.

“Isso vai ajudar também a desafogar o fluxo de veículos sobre a Ponte da Amizade, pois o transporte a menor, de ida e vinda, passará a ser pelos rios”, explica o presidente do Codefoz. “Queremos incrementar o transporte fluvial na região, modalidade que diminui custos de exportação e importação, o que reflete diretamente nos preços aos consumidores”, finaliza Mário Camargo.

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