Edição #17

Oeste em Desenvolvimento quer impulsionar cadeia de grãos da região

A região produz cerca de 9,3 milhões de toneladas de soja, milho e trigo – Foto: Pedro Revillion/Palácio Piratini

Um dos desafios do Programa Oeste em Desenvolvimento (POD) é trabalhar para o fortalecimento da cadeia produtiva de grãos de Foz do Iguaçu e dos demais 53 municípios do Oeste do Paraná.
A região produz cerca de 9,3 milhões de toneladas de soja, milho e trigo. Cascavel, Toledo e Assis Chateaubriand estão entre os dez municípios que mais produzem soja no Paraná. Embora tenha uma pequena área rural e sua economia não seja baseada no agronegócio, Foz colhe todos os anos cerca de 47 mil toneladas de oleaginosas, segundo dados do Sindicato Rural.

Desse montante, parte é utilizada para a produção de aves e suínos, e outra, a maior fatia, é exportada in natura para países como Japão e Vietnã. Uma das propostas da Câmara Técnica de Grãos do POD é encontrar meios para transformar, na própria região, a soja colhida no verão e o milho safrinha (cultura que ganhou espaço na preferência dos produtores rurais como alternativa de inverno) em óleos e em produtos alimentícios. Mas, para isso, é preciso percorrer um longo caminho.

A cadeia de grãos é uma das mais fortes do Oeste. A produção de soja, por exemplo, de acordo com dados do Departamento de Economia Rural (Deral), representa 21% de todo o Paraná. Já a de milho chega a 27% de todo o montante colhido no estado. “Nosso desafio é diminuir a exportação in natura e transformar esses grãos em ração para alimentar o rebanho. Isso fortaleceria tanto a cadeia de grãos quanto a de proteína animal”, explicou o presidente do POD, Danilo Vendruscolo.

Desafios
Entretanto, antes de aumentar o consumo interno das oleaginosas produzidas na região, é necessário resolver entraves dentro e fora das porteiras. “O POD levantou as principais dificuldades enfrentadas para essa cadeia, uma das mais propulsivas da região. Agora, junto com as entidades ligadas à agricultura, cooperativas e universidades, vamos buscar soluções”, disse Vendruscolo.

Entre os problemas, estão o aumento na taxa de degradação do solo devido a métodos inadequados de manejo; perda de eficiência dos inseticidas, fungicidas e herbicidas por causa da resistência de plantas daninhas, pragas e doenças; e preço alto dos insumos, que – além de aumentar o custo de produção – limita a aplicação de tecnologias no campo.

No pós-colheita, técnicos e produtores apontaram problemas comuns em outras cadeias, mas o POD vem trabalhando para encontrar soluções. Atrapalham o negócio as matrizes de transporte, alto custo dos pedágio e elevação do custo do frete em períodos de safra.

“Para a degradação do solo, por exemplo, vamos sugerir a integração da lavoura e pecuária, adubação verde, rotação de culturas e zoneamento”, reforçou Vendruscolo. E completou: “Vamos trabalhar para estruturar uma assistência técnica efetiva e solicitar mudança na legislação que permita também alteração no receituário agronômico”.

Programa Oeste em Desenvolvimento
Lançado em 2014, o Programa Oeste em Desenvolvimento é uma iniciativa que une mais de 60 instituições públicas e privadas como a Itaipu Binacional, o Parque Tecnológico Itaipu (PTI), o Sebrae/PR, o Sistema Cooperativo, a Caciopar, a AMOP, a Emater, a FIEP, além de cooperativas e instituições de ensino superior.

O programa tem como objetivo promover o desenvolvimento econômico sustentável dos 54 munícipios do Oeste do Paraná por meio de ações integradas e com foco nas potencialidades regionais.

Toda a ação tem como base as sete cadeias produtivas do território, também chamadas de exportadoras, pois recebem recursos e investimentos de outras regiões brasileiras e até do exterior. São elas: Cadeia de Frango, Cadeia do Leite, Cadeia de Suíno, Cadeia de Pescado, Cadeia de Grãos, Cadeia de Indústria Metalmecânica e Cadeia de Turismo.

A Indústria Metalmecânica, por exemplo, gera quase dez mil empregos diretos no Oeste do Paraná e dá suporte para o agronegócio. O maior empregador é Cascavel; representa 80% dos trabalhadores. Em segundo lugar está Medianeira, seguida de Toledo e Marechal Cândido Rondon.

Segundo o presidente do programa, essas cadeias produtivas vêm enfrentando problemas comuns, como a qualidade de energia que chega à zona rural. Na tentativa de sanar esses gargalos, o Oeste em Desenvolvimento, de maneira transversal, atua em eixos considerados estruturantes: Infraestrutura e Logística, Pesquisa e Desenvolvimento, Crédito e Fomento, Capital Social e Cooperação, e Energias Limpas e Renováveis.

Mais informações pelo site www.oesteemdesenvolvimento.com.br.

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