Edição #10

Enfrentando uma crise financeira? Veja o que não fazer nessa situação!

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Saldo no vermelho, dívidas com bancos, impostos atrasados, falta de capital de giro, dificuldade de conseguir dinheiro para expandir a empresa, enfim, são muitas as dúvidas que assolam os empreendedores afogados em números. Analisando as cartas, fica fácil perceber que muitos deles chegaram a esse ponto por causa de erros comuns, que poderiam ser evitados com algumas noções básicas de gestão e um pouco de bom senso.

Numa situação de crise, a pressão do mercado e a falta de fluxo de caixa acabam gerando dívidas e uma série de erros na gestão de uma empresa. Saiba quais são as principais falhas e como evitá-las:

1 – Renegociar dívidas sem a firme previsão de poder pagá-las
Este é um erro comum quando se trata de um fluxo financeiro imediatista ou extremamente otimista. O ideal é fazer uma gestão rigorosa de fluxo de caixa, com base nas entradas de recursos líquidos e certos, que atenda aos compromissos assumidos e permita manter um capital de giro para outras demandas e imprevistos. É importante lembrar que um acordo quebrado com um fornecedor poderá representar falta de credibilidade, aumento da dívida e impossibilidade de renegociações futuras. Portanto, defina com cuidado os prazos de pagamento, atendendo à capacidade de sua empresa e não à exigência do credor.

2 – Colocar preços baixos nas mercadorias
Baixar os preços para lucrar mais é uma estratégia que só funciona para as grandes redes varejistas. Se você não se enquadra nesse padrão, melhor vender menos produtos a preços mais altos. Dessa maneira, a empresa tem a sua margem de lucro protegida e a marca valorizada.

3 – Concentrar as operações financeiras em um único banco
É possível substituir juros altos por juros mais baixos. Caso a negociação com o banco habitual não seja satisfatória, é importante buscar o que outras instituições financeiras têm a oferecer. Estão incluídas as cooperativas de crédito, que normalmente cobram taxas inferiores às dos bancos comerciais. Outro aspecto importante é procurar não fazer uma dívida maior para saldar a menor, tornando o passivo uma bola de neve que cresce à medida que é rolada. Nesse caso, é melhor pensar em se desfazer de algum ativo e estancar a sangria dos juros extorsivos.

4 – Atrasar o pagamento de impostos
Muitos empresários cometem esse erro, acreditando que será mais fácil saldar a dívida mais tarde. Acredite: juros e multas fazem com que o pagamento se torne ainda mais complicado.

5 – Gastar mais energia no gerenciamento das dívidas do que na busca de novos negócios
As dívidas devem ser encaradas e gerenciadas com rigor, porém esse trabalho não pode demandar mais tempo e energia do que a busca por novos clientes e por medidas que incrementem o faturamento em curto e médio prazo. Afinal, são essas atividades que irão trazer o equilíbrio entre as despesas e as receitas. Nessa hora procure seu contador. Ele está apto a ajudá-lo a fazer uma auditoria das dívidas, analisar contratos, termos de juros e correção, e a elaborar um planejamento financeiro que sustente suas negociações com os credores. Ele também pode orientá-lo sobre condutas mais apropriadas em cada caso, inclusive o momento de acessar a via judicial para coibir abuso dos credores.

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6 – Não considerar importante a eliminação de pequenas despesas
Some, por exemplo, todas as frentes de desperdício de energia elétrica, papel A4, copos plásticos e outros materiais usados no escritório ao longo de um ano. Você pode surpreender-se. Em tempo de crise, todos os gastos ou custos devem ser revistos. Nesta tarefa, comece separando as despesas em dois grupos: fixas e variáveis. Corte as supérfluas e desenvolva ações de redução das variáveis.

7 – Falha na gestão dos estoques e descontos
Estoques grandes significam dinheiro empatado, falta de previsão de vendas, erro na programação de produção, falha na logística ou ausência de um sistema geral de controle. Ou tudo isso junto. O fato é que eles afetam diretamente o capital de giro da empresa. Numa situação de endividamento sob juros altos, o ideal é que sejam liquidados grandes estoques. Em situação de normalidade, muito cuidado com descontos especiais em vendas de grandes volumes. Nem sempre o vendedor ou gerente de vendas conhece a rentabilidade de cada produto e pode colocar em risco todo o conjunto do negócio. Outra dica é a atualização frequente de custos de produção, considerando os efeitos inflacionários e cambiais. Com as oscilações do dólar, insumos importados podem comprometer a lucratividade. Com a crise e a retração do consumo, é necessário ter mais atenção com a previsão de vendas e a formação de preços.

8 – Falta de visão no gerenciamento de recebíveis
Os juros altos do endividamento bancário ou multas de atrasos com os fornecedores e impostos podem ser minimizados com a estratégia de antecipar os recebíveis por meio de uma política de incentivos. A exemplo dos estoques de mercadorias, os estoques de recebíveis em atraso também devem receber o mesmo tratamento, como forma de aumentar o fluxo de caixa. Oferecer descontos ou facilidades para que o cliente antecipe o pagamento pode ser um caminho positivo

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